Elegia
Incensos de ópio descaso
Escadas sem fundo
O sonambulista
Desce ao descuido escuro
Das vozes perdidas
As piras
Ensandescidas no imenso solar
Pendendo no pélago
para o nunca
Sempre sem pensar
Pálidos pedaços
Jogados nas sombras
Sirênios sentidos
Sinuosos
O torpor anilescido
De sobrancelhas sem porto
E mãos no ar descrevendo
O ensaiado sudoríparo
Movimento do adeus
Fitando norte
O longe milhas e milhas
De mar ou morte
O pequeno ponto se perde
Para sempre
No tênue horizonte sem ninguém
STÉLLIO ...
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Cancionata Sonírica Para M.
Imprescindo te indizer
O desabraço longilíneo, ilúsino
Só teu
Captadores
Melancolescem de microfonias
Sístoles
P'rum retorno reticentista
Retiflorido
O acorde encordamento-farpado
Sonírico
Das Fendas
Fugas imaginantes em fá sustenol
Das soledades
Ó sólos d'ocaso
Solstícios Que languesquecem si
Amortecentes
Devanuando-me sem,
Imprescindo te
Indizer te
Nueterna Voragem Melotrônica
Linosfera infínida
-Amplifundem Vocalizem-
Silento só
Sem teu sonsentir
Stellio T.Crepusculário III
Crepúsculo
Dolorácrima
Imensa de adeus
O adeus de todas as coisas
Presentes os olhos se perdendo
Piscam Lástimas além
Das coisas
Mudas imundanas
Do mundo
Nada nunca terá dor maior
Crepúsculo
Lá
Dói
Maior do que tudo
A dor de tudo
De todos
Sós
Sob sóis soturnos
Solanáceas dolorácrimas
Despedem si despedaçam
Ó crepúsculo
Dó
Maior
Do adeus derradeiro
Stellio de balbus
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Tenho aqui
Uma folha em branco
Um coração liquefeito
Um sonho instante
Pensamentos são silêncios em palavras
Um eclipsa o outro, simbióticos
E a vontade de te dizer esse indizível
Essa verdade talvez plena que não se deixa transparecer
Por que tímida assim se tornou
E desesperada ainda que
Inacabada se abre
Como a glória-da-manhã
Meu primeiro amor
Meu último desejo
Pensar em ti
É como esquecer o inesquecível
Confessar ao invisível
Redimir-se de um crime inafiançável
Alcançar um sonho instante
Inalcançavel
E ainda assim não te ter
Para sempre
Tenho aqui
Palavras inacabadas
Nas sístoles encouraçadas pensamentos
Um encontro imaginário
Inesperado
Enquanto tento respirar
Essas palavras que pulsam orvalhadas
No silêncio insone
Desta madrugada
De folhas em branco
De poemas apaixonados, inacabados
Pálidos pedaços calados
Dos sentimentos que não sei dizer
(Queria que soubesses
ainda que não os saiba dizer...)
Date: Fri, 26 Mar 2010 06:08:21 +0000
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