segunda-feira, 19 de abril de 2010

Céu & inferno
São contíguos
São contínuos
São contigo

sexta-feira, 2 de abril de 2010

¨¨Quatro Poemas meus¨¨

**Esses cuatro poemas coloquei na Bar do Escritor entre 03 de janeiro e 26 de março, recebi algumas poucas críticas "boas", outras nem sei dizer; enfim naum sou um poeta muito popular, nem seguro de si... "/






Elegia

Incensos de ópio descaso
Escadas sem fundo
O sonambulista
Desce ao descuido escuro
Das vozes perdidas
As piras
Ensandescidas no imenso solar
Pendendo no pélago
para o nunca
Sempre sem pensar
Pálidos pedaços
Jogados nas sombras

Sirênios sentidos
Sinuosos
O torpor anilescido
De sobrancelhas sem porto
E mãos no ar descrevendo
O ensaiado sudoríparo
Movimento do adeus
Fitando norte
O longe milhas e milhas
De mar ou morte
O pequeno ponto se perde
Para sempre
No tênue horizonte sem ninguém


STÉLLIO ...
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Cancionata Sonírica Para M.

Imprescindo te indizer
O desabraço longilíneo, ilúsino
Só teu

Captadores
Melancolescem de microfonias
Sístoles
P'rum retorno reticentista
Retiflorido
O acorde encordamento-farpado
Sonírico

Das Fendas
Fugas imaginantes em fá sustenol
Das soledades
Ó sólos d'ocaso
Solstícios Que languesquecem si
Amortecentes
Devanuando-me sem,

Imprescindo te
Indizer te
Nueterna Voragem Melotrônica
Linosfera infínida
-Amplifundem Vocalizem-
Silento só
Sem teu sonsentir

Stellio T.

Crepusculário III

Crepúsculo
Dolorácrima
Imensa de adeus

O adeus de todas as coisas

Presentes os olhos se perdendo
Piscam Lástimas além
Das coisas
Mudas imundanas
Do mundo
Nada nunca terá dor maior

Crepúsculo

Dói
Maior do que tudo
A dor de tudo
De todos
Sós
Sob sóis soturnos
Solanáceas dolorácrimas
Despedem si despedaçam

Ó crepúsculo

Maior
Do adeus derradeiro

Stellio de balbus


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Tenho aqui

Uma folha em branco

Um coração liquefeito

Um sonho instante

Pensamentos são silêncios em palavras

Um eclipsa o outro, simbióticos

E a vontade de te dizer esse indizível

Essa verdade talvez plena que não se deixa transparecer

Por que tímida assim se tornou

E desesperada ainda que

Inacabada se abre

Como a glória-da-manhã

Meu primeiro amor

Meu último desejo

Pensar em ti

É como esquecer o inesquecível

Confessar ao invisível

Redimir-se de um crime inafiançável

Alcançar um sonho instante

Inalcançavel

E ainda assim não te ter

Para sempre

Tenho aqui

Palavras inacabadas

Nas sístoles encouraçadas pensamentos

Um encontro imaginário

Inesperado

Enquanto tento respirar

Essas palavras que pulsam orvalhadas

No silêncio insone

Desta madrugada

De folhas em branco

De poemas apaixonados, inacabados

Pálidos pedaços calados

Dos sentimentos que não sei dizer

(Queria que soubesses

ainda que não os saiba dizer...)


Date: Fri, 26 Mar 2010 06:08:21 +0000

quinta-feira, 1 de abril de 2010

"Faça você mesmo valer a pena"

Foi no primario, foi na época do titanic também, a professora nos deu
uma redaçãozinha "O que você faria se estivesse num navio e ele
afundasse?" alguns escreveram, "Ah, não saberia o que fazer" outros:
"Ah, me afogaria certamente" Eu escrevi assim: " Me agarraria no que
fosse, num pedaço de madeira flutuando, num caixote, num mastro,
salva-vidas quem sabe, enfim no que fosse e tentaria sair vivo seja lá
como fosse..."

De fato foi o que fiz quando o barco afundou,
acho que é o que qualquer um faria, há mais o que fazer? me agarrei no
que apareceu, porém nada é tão firme e seguro e as ondas são altas e a
noite escura, esquecido na desolação do mar impetuoso e tentando
encontrar entre a neblina até onde meus olhos podem ver um meio de me
salvar, à esperar algum resgate inusitado me desespero, tento tirar
forças do meu amago para ainda ao menos ter esperança (que é o que
ainda pode me mover) de um dia pisar em terra firme, mas essas coisas
em que posso me agarrar apenas boiam sobre as espumas incertas à deriva
no desamparo do vento e da sorte, mal suportam o peso de meu corpo
cansado que vacila e ainda descrente espero o dia amanhecer, a brisa
bate no meu rosto acaricia meus cabelos, perpassa, me leva, era azul
aquele setembro... eu estava sentado entre suas pernas ela acariciava
meus cabelos, o tempo passava tão somente pacífico apasiguador , estava
submerso no mais abissal e indescritivel de todos sentimentos, nada
mais importaria senão permancer ali naquele silêncio mágico e
revelador, nunca imaginei que o amor fosse tão parecido com o fim.

Stéllio, o náufrago sem Wilson