sexta-feira, 2 de abril de 2010
¨¨Quatro Poemas meus¨¨
Elegia
Incensos de ópio descaso
Escadas sem fundo
O sonambulista
Desce ao descuido escuro
Das vozes perdidas
As piras
Ensandescidas no imenso solar
Pendendo no pélago
para o nunca
Sempre sem pensar
Pálidos pedaços
Jogados nas sombras
Sirênios sentidos
Sinuosos
O torpor anilescido
De sobrancelhas sem porto
E mãos no ar descrevendo
O ensaiado sudoríparo
Movimento do adeus
Fitando norte
O longe milhas e milhas
De mar ou morte
O pequeno ponto se perde
Para sempre
No tênue horizonte sem ninguém
STÉLLIO ...
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Cancionata Sonírica Para M.
Imprescindo te indizer
O desabraço longilíneo, ilúsino
Só teu
Captadores
Melancolescem de microfonias
Sístoles
P'rum retorno reticentista
Retiflorido
O acorde encordamento-farpado
Sonírico
Das Fendas
Fugas imaginantes em fá sustenol
Das soledades
Ó sólos d'ocaso
Solstícios Que languesquecem si
Amortecentes
Devanuando-me sem,
Imprescindo te
Indizer te
Nueterna Voragem Melotrônica
Linosfera infínida
-Amplifundem Vocalizem-
Silento só
Sem teu sonsentir
Stellio T.Crepusculário III
Crepúsculo
Dolorácrima
Imensa de adeus
O adeus de todas as coisas
Presentes os olhos se perdendo
Piscam Lástimas além
Das coisas
Mudas imundanas
Do mundo
Nada nunca terá dor maior
Crepúsculo
Lá
Dói
Maior do que tudo
A dor de tudo
De todos
Sós
Sob sóis soturnos
Solanáceas dolorácrimas
Despedem si despedaçam
Ó crepúsculo
Dó
Maior
Do adeus derradeiro
Stellio de balbus
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Tenho aqui
Uma folha em branco
Um coração liquefeito
Um sonho instante
Pensamentos são silêncios em palavras
Um eclipsa o outro, simbióticos
E a vontade de te dizer esse indizível
Essa verdade talvez plena que não se deixa transparecer
Por que tímida assim se tornou
E desesperada ainda que
Inacabada se abre
Como a glória-da-manhã
Meu primeiro amor
Meu último desejo
Pensar em ti
É como esquecer o inesquecível
Confessar ao invisível
Redimir-se de um crime inafiançável
Alcançar um sonho instante
Inalcançavel
E ainda assim não te ter
Para sempre
Tenho aqui
Palavras inacabadas
Nas sístoles encouraçadas pensamentos
Um encontro imaginário
Inesperado
Enquanto tento respirar
Essas palavras que pulsam orvalhadas
No silêncio insone
Desta madrugada
De folhas em branco
De poemas apaixonados, inacabados
Pálidos pedaços calados
Dos sentimentos que não sei dizer
(Queria que soubesses
ainda que não os saiba dizer...)
Date: Fri, 26 Mar 2010 06:08:21 +0000
quinta-feira, 1 de abril de 2010
"Faça você mesmo valer a pena"
uma redaçãozinha "O que você faria se estivesse num navio e ele
afundasse?" alguns escreveram, "Ah, não saberia o que fazer" outros:
"Ah, me afogaria certamente" Eu escrevi assim: " Me agarraria no que
fosse, num pedaço de madeira flutuando, num caixote, num mastro,
salva-vidas quem sabe, enfim no que fosse e tentaria sair vivo seja lá
como fosse..."
De fato foi o que fiz quando o barco afundou,
acho que é o que qualquer um faria, há mais o que fazer? me agarrei no
que apareceu, porém nada é tão firme e seguro e as ondas são altas e a
noite escura, esquecido na desolação do mar impetuoso e tentando
encontrar entre a neblina até onde meus olhos podem ver um meio de me
salvar, à esperar algum resgate inusitado me desespero, tento tirar
forças do meu amago para ainda ao menos ter esperança (que é o que
ainda pode me mover) de um dia pisar em terra firme, mas essas coisas
em que posso me agarrar apenas boiam sobre as espumas incertas à deriva
no desamparo do vento e da sorte, mal suportam o peso de meu corpo
cansado que vacila e ainda descrente espero o dia amanhecer, a brisa
bate no meu rosto acaricia meus cabelos, perpassa, me leva, era azul
aquele setembro... eu estava sentado entre suas pernas ela acariciava
meus cabelos, o tempo passava tão somente pacífico apasiguador , estava
submerso no mais abissal e indescritivel de todos sentimentos, nada
mais importaria senão permancer ali naquele silêncio mágico e
revelador, nunca imaginei que o amor fosse tão parecido com o fim.
Stéllio, o náufrago sem Wilson